A menstruação constitui-se em fenômeno fisiológico comum a todas as mulheres em idade reprodutiva. A gestão da higiene menstrual (GHM) pode ser definida como acesso de mulheres e meninas adolescentes à materiais limpos para absorver e/ou coletar sangue menstrual, e privacidade para troca-los quantas vezes for necessário. Diversos países encontram dificuldade para construir medidas efetivas que assegure acesso a componentes necessários para a GHM e com isso, reduzir os impactos negativos causados pela pobreza menstrual. No cenário latino-americano, marcado por desigualdades políticas, econômicas e sociais, e considerando que a higiene menstrual é cada vez mais reconhecida como uma questão de saúde pública e que está intimamente ligada aos direitos humanos e o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), este trabalho tem por objetivo sintetizar as evidências disponíveis, relacionadas ao acesso e práticas de higiene menstrual para mulheres e meninas adolescentes que residem em países da América Latina e Caribe, e com isso, contribuir para a visibilidade e o dimensionamento dessa necessidade humana básica das mulheres, cuja falta se configura em um problema complexo, denominado pobreza menstrual.